quinta-feira, outubro 25, 2007

Tropa de Elite – Provavelmente, muito melhor que a sua aula de sociologia

Um filme deste nível deveria ser obrigatório para todos os brasileiros. Para os universitários então, uma mão cheia. Análises de comunicação, sociologia e sistema judiciário são pertinentes e completamente cabíveis. Para quem ainda não viu – considerando que isso quase impossível, já que estima-se que mais de 5 milhões de cópias piratas já estavam em circulação antes mesmo do seu lançamento nos cinemas – o filme conta a história de dois amigos que estavam iniciando sua carreira na Policia Militar e foram fazer os testes para ingressar no BOPE (Batalhão de Operações Especiais). O BOPE seria como se fosse o GATE, aqui em Minas ou a PUMA, em São Paulo. Mas no Rio, esse batalhão tem uma peculiaridade. Se tornou uma espécie de "exército contra o tráfico". Como diz o Capitão Nascimento, personagem principal do filme, "quando a situação explode, eles chamam a gente para apagar o fogo".
O cineasta José Padilha, após o sucesso de seu premiado Ônibus 174, pretendia filmar um outro documentário, baseado no best-seller Elite da Tropa, livro do sociólogo Luiz Eduardo Soares, que conta histórias reais do dia-a-dia da corporação. Ao perceber que seria impossível encontrar policiais que aceitassem dar depoimentos sobre os fatos descritos no livro, desistiu do caráter documental, e assim nasceu Tropa de Elite, uma obra de ficção inspirada no livro. O filme é eletrizante do inicio ao fim. Mostra tortura, pressão da carreira policial, corrupção. Segundo o longa, quem entra no BOPE tem que estar "limpo". Mas a grande estrela do filme é a guerra contra o tráfico de drogas.
Além de todos esses aspectos, conta com uma atuação impecável de Wagner Moura no papel de Capitão Nascimento. O personagem se tornou um fenômeno de popularidade em um país sedento de heróis, onde a presença de um que luta pela "igualdade e justiça", revela o lado mais humano do brasileiro, que quer que essa história de tráfico termine de uma vez. O Capitão consegue ocupar essa vaga, mesmo que seja na ficção e ilusão, na esperança de que vários policiais se inspirem no protagonista. Há quem diga que o Capitão não seja um. Em todo caso, a máscara encaixou perfeitamente.