Tecnologia que extrapola os limites
Muito se esperava de uma das tecnologias do século XX como ferramenta para os jornalistas. Depois de dez anos, talvez, de todas as inovações usadas para facilitar o cotidiano da nossa profissão, a Internet seja a mais interessante. O desenvolvimento dos blogs, do centros de relacionamento, dos portais e principalmente da Web 2.0 – que aumenta a interatividade com o usuário, chegaram para ficar. A Internet simplesmente mudou a maneira do fazer jornalístico.
Tamanha facilidade também gera assuntos polêmicos. Pedro Doria, uma das vozes mais importantes da Web brasileira, acha que a formação jornalística mudará ao longo dos anos. “Se um bando de blogueiros se reunirem e fazer “jornalismo”, terão montado uma redação e serão jornalistas, mesmo que decidam usar outros nomes para “redação” e “jornalista”, afirma um dos repórteres mais conceituados do site NoMinimo, que deixou de existir há poucos meses. Ainda para Doria, não só os jornalistas passam por transformações. Todas as outras profissões também. “Nos últimos anos, a tecnologia tem sido aceita de cada vez mais bom grado”, diz o jornalista, enfatizando que no caso do jornalismo, a renovação é maior do que deveria. “As redações são mais jovens, hoje, do que eram quando comecei, há 13 anos. Houve muita renovação – até demais”, conlcui.
O que Doria fala faz sentido. Hoje, existem pessoas que não se formaram como jornalistas e que produzem um grande material de informações todos os dias. Isso é importante, pois mostra a sociedade se interagindo. A questão é que sendo ou não jornalísticos, os blogs refletem com clareza alguns dos momentos mais importantes vividos durante esse novo século. Exemplos como na Guerra do Iraque, que foi narrada por um jovem morador de Bagdá e ele não era jornalista; os principais furos são feito por blogueiros – a maioria deles nunca passou por uma aula de Teoria da Comunicação. Até mesmo o desbloqueio do Iphone da Apple, foi divulgado por blogs – não só por um, mas por uma centena deles. Esse conjunto de sites de informação é ótimo. Mostra o quanto a sociedade está amadurecendo. Mas ao mesmo tempo, tira de circulação bons profissionais que ainda não descobriram o leque imenso que a Internet trás para a sua profissão.
Caio Tulio, ex-executivo do portal Uol, acha que além desse problema da ocupação blogueiros não-jornalistas, existe outro. "Um grande problema conceitual é que as notícias estão ficando cada menores e mais inexatas. É necessário que existam sistemas e ferramentas para ”separar" as informações confiáveis e as não confiáveis”, diz Tulio, que acredita que a credibilidade seja um desses mecanismos capazes de separar as informações verdadeiras das falsas.
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